... finalmente conseguiram encontrar aqueles três minutos que lhes permitiam ficar a sós, como esperaram durante todo aquele dia.
Alias, já há muitos dias que ansiavam por essa mera fracção de tempo que lhes permitiria ficar a salvo de outros olhares e mergulhar naquele abraço que, apesar de toda uma vida já vivida parte a parte, nunca antes tinham conhecido, tal era a intensidade dos sentimentos que de ambos emergiam naquelas raras oportunidades.
E era então nesses escassos momentos que embarcavam naquele beijo... sim, aquele beijo que tinha o condão de o fazer levitar, que lhe permitia pairar sobre toda uma existência já gasta e agastada, e que a amargura dos tempos tinha tornado de tal maneira vazia e repleta de nada.
E foi durante esse beijo que tudo fez ficar ínfimo e sem importância, que reduziu toda a demais realidade à menor das dimensões, que ela o manteve apertado contra o seu corpo enquanto as mãos dele descobriam o seu relevo... respirações abafadas e abraçadas a dançar, rodopiando à sua volta.
Terminado aquele momento tão efémero, que tão depressa os devolveu à realidade, afastando-se os corpos ligeiramente ainda ofegantes, pegou na mão dela pedindo receosamente "Vem comigo, esta noite!"
Repentinamente deu por si a olhar para nenhures através da janela quase cerrada.
Mas que estupidez... porque é que os músicos (autores, compositores, intérpretes - independentemente da qualidade, do bom ou mau gosto, ou do tipo de música em causa) mantêm o mesmo hábito de há décadas... de se intrometerem nos sentimentos e sonhos dele?
Prestando um pouco mais de atenção à realidade em seu redor, continuava o Ricardo A. a cantar no rádio "... hoje, eu dou-te o meu coração....".
Não pôde deixar de pensar numa certa canção do R. Waters (a solo): Vai à pesca...
Alias, já há muitos dias que ansiavam por essa mera fracção de tempo que lhes permitiria ficar a salvo de outros olhares e mergulhar naquele abraço que, apesar de toda uma vida já vivida parte a parte, nunca antes tinham conhecido, tal era a intensidade dos sentimentos que de ambos emergiam naquelas raras oportunidades.
E era então nesses escassos momentos que embarcavam naquele beijo... sim, aquele beijo que tinha o condão de o fazer levitar, que lhe permitia pairar sobre toda uma existência já gasta e agastada, e que a amargura dos tempos tinha tornado de tal maneira vazia e repleta de nada.
E foi durante esse beijo que tudo fez ficar ínfimo e sem importância, que reduziu toda a demais realidade à menor das dimensões, que ela o manteve apertado contra o seu corpo enquanto as mãos dele descobriam o seu relevo... respirações abafadas e abraçadas a dançar, rodopiando à sua volta.
Terminado aquele momento tão efémero, que tão depressa os devolveu à realidade, afastando-se os corpos ligeiramente ainda ofegantes, pegou na mão dela pedindo receosamente "Vem comigo, esta noite!"
Repentinamente deu por si a olhar para nenhures através da janela quase cerrada.
Mas que estupidez... porque é que os músicos (autores, compositores, intérpretes - independentemente da qualidade, do bom ou mau gosto, ou do tipo de música em causa) mantêm o mesmo hábito de há décadas... de se intrometerem nos sentimentos e sonhos dele?
Prestando um pouco mais de atenção à realidade em seu redor, continuava o Ricardo A. a cantar no rádio "... hoje, eu dou-te o meu coração....".
Não pôde deixar de pensar numa certa canção do R. Waters (a solo): Vai à pesca...
2 comentários:
mal educado! Isso diz-se, num blogue tão limpinho como este? tch...tchh
Enfim, Camilo... é uma interpretação possível!
Aconselho ouvir e tentar entender a música - isso faz parte dela, e de que maneira!
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